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terça-feira, março 22, 2005
por André de Oliveira
O senhor Janer Cristaldo, ateu convicto desde os 17 anos, resolveu aprofundar seu ateísmo: tornou-se ateísta militante e anticristão. Imagino que tamanho progresso tenha sido fruto de uma demorada reflexão, que deve ter consumido todos os seus neurônios e colocado as sinapses em curto-circuito, porque, depois disso, não é mais capaz de distinguir uma maçã de um quiabo. Seu único mérito é conseguir publicar toda essa baboseira num site que faz questão de se gabar de ser um dos poucos a denunciar perseguições a cristãos no mundo inteiro. É realmente um assombro.
Mas, como dizia, o jornalista já não distingue uma maçã de um quiabo. E provo: confunde as declarações do papa com as de um imperador mundial, que deseja impor sua vontade ao mundo inteiro. E mais, advoga para o sumo pontífice um tribunal civil com punições escritas no Código Penal. O interessante é que, antes de redigir este brilhantíssimo argumento, refutava os católicos que lhe escreveram alegando que aborto é crime, ressaltando que só é crime o que está no Código Penal – e está! – sem se ater ao fato de que o papa não cometeu um único delito previsto na lei em seus pronunciamentos.
Como todo bom anticristão, não esqueceu da Inquisição. Colocando-a no ponto mais alto da doutrina católica, identificou como sentimento cristão todo e qualquer desejo de que o inimigo queime no fogo do inferno, para parecer engraçadinho. Declarou que prefere o demônio a Deus, porque este humilha enquanto aquele apenas seduz. Pelo jeito, nunca leu o Novo Testamento, porque ninguém diria isso após triscar os olhos nas descrições das humilhações que o próprio Deus feito carne aceitou sofrer para salvar os homens, inclusive o senhor Cristaldo. Quanta gratidão!
Um dos pontos mais fortes do teatrinho é quando o supremo guru do Anticristo se irrita profundamente com a afirmação do papa de que a democracia não pode ser entendida como um valor em si, desligada da lei de Deus. Ora, por que tanta irritação com quem está tão distante? Por que não direciona sua cusparada ao editor do site que publicou suas tolices, já que, não é de agora, concorda com o papa neste ponto, deixando sua posição bem clara, tanto em seus artigos de jornal quanto no livro O Jardim das Aflições?
Seria porque é mais fácil criticar quem não pode responder? Seria porque sua filosofia chinfrim não daria nem para o começo num debate aberto com Olavo de Carvalho? Não sei e nada posso afirmar. O que sei é que é preciso muito pouco conhecimento histórico para não saber que a moral é um legado religioso. Sem religião, perde-se a moral e, sem moral, a democracia é apenas nominal.
Há os que afirmam que o Janer é bom nisto e naquilo e que discordam dele apenas neste ou naquele ponto. Não penso assim. Suas críticas à esquerda poderiam ser escritas por qualquer outro liberal. Não fazem falta. E sua visão de mundo em tudo o mais é tão ridícula quanto seus últimos escritos para o Mídia Sem Máscara, incluindo sua indevida intromissão na discussão sobre Einstein e Poincaré, risível para quem quer que já tenha estudado o assunto.
Mas, como dizia, o jornalista já não distingue uma maçã de um quiabo. E provo: confunde as declarações do papa com as de um imperador mundial, que deseja impor sua vontade ao mundo inteiro. E mais, advoga para o sumo pontífice um tribunal civil com punições escritas no Código Penal. O interessante é que, antes de redigir este brilhantíssimo argumento, refutava os católicos que lhe escreveram alegando que aborto é crime, ressaltando que só é crime o que está no Código Penal – e está! – sem se ater ao fato de que o papa não cometeu um único delito previsto na lei em seus pronunciamentos.
Como todo bom anticristão, não esqueceu da Inquisição. Colocando-a no ponto mais alto da doutrina católica, identificou como sentimento cristão todo e qualquer desejo de que o inimigo queime no fogo do inferno, para parecer engraçadinho. Declarou que prefere o demônio a Deus, porque este humilha enquanto aquele apenas seduz. Pelo jeito, nunca leu o Novo Testamento, porque ninguém diria isso após triscar os olhos nas descrições das humilhações que o próprio Deus feito carne aceitou sofrer para salvar os homens, inclusive o senhor Cristaldo. Quanta gratidão!
Um dos pontos mais fortes do teatrinho é quando o supremo guru do Anticristo se irrita profundamente com a afirmação do papa de que a democracia não pode ser entendida como um valor em si, desligada da lei de Deus. Ora, por que tanta irritação com quem está tão distante? Por que não direciona sua cusparada ao editor do site que publicou suas tolices, já que, não é de agora, concorda com o papa neste ponto, deixando sua posição bem clara, tanto em seus artigos de jornal quanto no livro O Jardim das Aflições?
Seria porque é mais fácil criticar quem não pode responder? Seria porque sua filosofia chinfrim não daria nem para o começo num debate aberto com Olavo de Carvalho? Não sei e nada posso afirmar. O que sei é que é preciso muito pouco conhecimento histórico para não saber que a moral é um legado religioso. Sem religião, perde-se a moral e, sem moral, a democracia é apenas nominal.
Há os que afirmam que o Janer é bom nisto e naquilo e que discordam dele apenas neste ou naquele ponto. Não penso assim. Suas críticas à esquerda poderiam ser escritas por qualquer outro liberal. Não fazem falta. E sua visão de mundo em tudo o mais é tão ridícula quanto seus últimos escritos para o Mídia Sem Máscara, incluindo sua indevida intromissão na discussão sobre Einstein e Poincaré, risível para quem quer que já tenha estudado o assunto.
Assim como o Janer não simpatiza com o papa, também nunca simpatizei com ele.
8:25 PM
Janer Quem?